INDICADORES DE RISCO E OS NÍVEIS DE CAIXA: UMA ANÁLISE DAS COMPANHIAS BRASILEIRAS SOB AS VARIAÇÕES DO RISCO RELACIONADO À MACROECONOMIA

Nome: UILIAN DE BRITO

Data de publicação: 30/04/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALFREDO SARLO NETO Examinador Interno
DONIZETE REINA Examinador Interno
ELIZEU MARIA JUNIOR Presidente
RAFAEL CONFETTI GATSIOS Examinador Externo
ROBERTO TOMMASETTI Examinador Externo

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar como as companhias brasileiras listadas ajustam os
níveis caixa visando responder às oscilações dos indicadores de risco relacionados à
macroeconomia brasileira, com base nas demonstrações financeiras divulgadas pelas
companhias listadas. A pesquisa testou uma amostra de 257 companhias listadas na [B]3
entre
os anos de 2014 e 2023, perfazendo um total de 7.171 observações. Os dados foram coletados
na base de dados Refinitiv e organizados em dados em painel que possibilitou analisar as
companhias em diferentes períodos e identificar possíveis variações das informações no
decorrer dos anos. A amostra foi defasada em um período e foram utilizados os modelos OLS,
efeitos fixos e aleatórios para análise dos dados. Os resultados demonstraram que variáveis
macroeconômicas, como os indicadores de risco sistêmico EMBI+ e CDS, são relevantes para
as companhias ajustarem os níveis de caixa, bem como se constatou que os agentes econômicos
antecipam decisões acerca dos ajustes nos níveis de caixa por meio do uso dos indicadores. As
variáveis de controle como taxa de juros básica Selic, PIB, tamanho das companhias,
alavancagem e CGL se relacionaram negativamente com o caixa das companhias e foram
significantes estatisticamente na maioria dos modelos (excetuando-se o PIB). Já as demais
variáveis de controle, oportunidades de investimentos e liquidez tiveram relação positiva e
significativa na maioria dos testes, bem como as dummies de segmento e capacidade de
autofinanciamento. Os resultados de todos os modelos, incluindo o teste de robustez e os testes
adicionais, confirmaram a hipótese de pesquisa que demonstra a existência empírica da relação
entre os indicadores de risco macroeconômico com os níveis de caixa das firmas. A conclusão
geral que se chega é de que as companhias brasileiras apresentaram tendência de redução nos
níveis de caixa ao longo do tempo, exceto os casos em que ocorreram crises como a crise técnica
de 2015-2016 e a crise da pandemia da covid-19, entre 2020-2021. Além disso, constatou-se
que as companhias tendem a optar por ajustar os níveis de caixa de forma menos acentuada em
períodos de estabilidade econômica, haja vista que durante os períodos de estabilidade os
indicadores de risco macroeconômico tendem a apresentar boa perspectiva acerca da economia.
Assim sendo, os indicadores de risco macroeconômicos constituem-se de proxies eficientes
para compreender os movimentos nos níveis de caixa das firmas, haja vista que as oscilações
nestes indicadores afetam o caixa. A pesquisa contribuiu ao oferecer evidências empíricas
acerca da associação entre variáveis macroeconômicas e seus possíveis efeitos no contexto das
companhias brasileiras.

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