Análise de Fatores Sociais, Políticos, Econômicos e Culturais na Adoção das Normas Internacionais de Contabilidade Pública Pelos Países
Nome: JULIANA BATISTA CALLEGARIO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/12/2015
Orientador:
Nome | Papel |
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FERNANDA FILGUEIRAS SAUERBRONN | Orientador |
JOSE ELIAS FERES DE ALMEIDA | Co-orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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EDUARDO JOSÉ ZANOTELI | Examinador Interno |
FERNANDA FILGUEIRAS SAUERBRONN | Orientador |
JOSE ELIAS FERES DE ALMEIDA | Coorientador |
TERESA CRISTINA JANES CARNEIRO | Examinador Externo |
Resumo: Este estudo investiga quais fatores culturais, sociais, políticos e econômicos influenciam na adoção das Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (International Public Sector Accounting Standards - IPSAS) pelos países. Com base em informações disponibilizadas pela IFAC (2007) e Deloitte (2013) foram analisadas e segregadas as diferentes posições tomadas pelos países, como adoção por completo das IPSAS; sinalização de intenção de adoção; adoção parcial pelo regime de caixa (Cash-Basis) das IPSAS; e adoção do regime de competência com base nas IPSAS. Os fatores levantados foram PIB per capita; número de habitantes; não adoção das IFRS (International Financial Reporting Standard) pelos países; índice de percepção da corrupção; origem do sistema legal; e dimensões culturais de Hofstede (2015), coletados entre 1995 e 2013 de 214 países, inicialmente. Na abordagem metodológica é aplicado modelo de regressão logística (logit) baseado em Clements, Neill e Stovall (2010), adaptando para dados em painel com efeitos aleatórios. Os resultados indicam que países que têm a intenção de adotar as IPSAS podem ser explicados pela variação positiva das variáveis PIB per capita, quantidade de habitantes, origem de sistema legal anglo-saxão, socialista e francês, e pela variação negativa das variáveis culturais: individualismo e indulgência. Em outro teste realizado, foi detectado que os países que adotaram parcialmente as IPSAS, com aplicação do regime de competência, podem ser explicados pela variação positiva das variáveis PIB per capita, quantidade de habitantes e pela cultura individualista de uma sociedade; e pela variação negativa do índice de percepção da corrupção, origem de sistema legal escandinavo e variáveis culturais: masculinidade e orientação a longo prazo. A regressão logística que uni qualquer interesse pelas IPSAS mostrou que os países de origem socialista e com culturas com pouca desigualdade social, menos aversão à incerteza e poucos pragmáticos podem justificar tal escolha. Houve também uma relação positiva com o número de habitantes e o PIB per capita, que sugere que países mais populosos e desenvolvidos tendem adotar as IPSAS. As outras regressões logísticas testadas não permitiram inferência estatística. Ainda, em nenhuma regressão testada, houve comprovação de dependência entre a não permissão do IFRS pelos países com a não adoção das IPSAS.