A Adoção das Ifrs Impacta no Gerenciamento de Resultados? Evidências do Mercado de Capitais Brasileiro.

Nome: VITOR CORREA DA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/09/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ANNOR DA SILVA JUNIOR Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANNOR DA SILVA JUNIOR Orientador
ANTONIO LOPO MARTINEZ Examinador Externo
PATRÍCIA MARIA BORTOLON Examinador Interno

Resumo: Objetivou-se nesta dissertação identificar o impacto da adoção das IFRS no gerenciamento de resultados (proxy para a qualidade da informação contábil - QIC) das companhias abertas brasileiras não financeiras na BM&FBOVESPA. Em revisão da literatura especializada na temática, constatou-se que: (1) existe uma lacuna na investigação do gerenciamento de resultados no Brasil, visto que a maioria dos estudos se concentra no gerenciamento de resultados por accruals discricionários, havendo ainda poucos estudos sobre o gerenciamento de resultados por manipulações operacionais, assim como estudos que abordam ambas as formas de gerenciamento de resultados (MARTINEZ, 2013) e; (2) a qualidade da informação contábil (QIC) não é somente influenciada pelo padrão contábil, mas por pelo menos três fatores distintos: i) o ambiente legal e político em que as empresas estão inseridas, ii) o padrão contábil e; iii) os incentivos internos das companhias para a divulgação da informação contábil, sendo o primeiro fator mais relevante que os outros dois, inclusive por também influenciá-los (SODERSTROM; SUN, 2007). Assim, optou-se por mensurar as duas formas de gerenciamento de resultados e analisar o impacto nelas de três variáveis que se espera que capturem os efeitos dos três fatores que impactam na QIC, são elas: i) a regulação adicional de alguns setores da economia (primeiro fator); ii) as IFRS (segundo fator) e; iii) a presença das companhias nos segmentos especiais de listagem da BM&FBOVESPA (terceiro fator). Acredita-se que esta abordagem que avalia as IFRS em conjunto com demais fatores que impactam na QIC permita uma análise mais abrangente acerca do possível impacto das IFRS no gerenciamento de resultados. A população de interesse da pesquisa foram as companhias abertas não financeiras da BM&FBOVESPA e a amostra, coletada a partir da ferramenta Comdinheiro, contou com 1.619 observações empresa/ano para os modelos de accruals discricionários e com 1.592 observações empresa/ano para os modelos de manipulações operacionais. Para a operacionalização da pesquisa foram realizadas seis análises de regressão com correção robusta de White para dados em painel com efeitos aleatórios, cada regressão tinha como variável dependente uma métrica diferente para o gerenciamento de resultados das companhias, sendo que três buscavam capturar os accruals discricionários e outras três as manipulações operacionais. Os resultados sugerem que as IFRS não impactaram nas práticas de gerenciamento de resultados, seja por accruals discricionários ou por manipulações operacionais. A presença em setores regulados, no entanto, tende a exercer uma restrição à utilização do gerenciamento de resultados por accruals discricionários nas companhias, porém, não impacta no gerenciamento de resultados por manipulações operacionais. Em relação à presença nos segmentos especiais de listagem da BM&FBOVESPA, os resultados sugerem que nos últimos anos, quando o padrão contábil já era as IFRS, as companhias presentes em tais segmentos apresentaram menores valores absolutos de accruals discricionários e de manipulações operacionais. Conclui-se que as IFRS não foram capazes de diminuir o gerenciamento de resultados no Brasil possivelmente devido ao fraco ambiente institucional brasileiro (LOPES; WALKER, 2008), apresentando, inclusive, um teor formalístico que se caracteriza pela diferença entre a realidade prática e a proposta legal prevista para esta realidade (RIGGS, 1964, 1968). Além disso, contribuindo para literatura no Brasil, os resultados sugerem que as duas formas de gerenciamento de resultados são impactadas por fenômenos diferentes porque possuem incentivos e custos diferentes e, dessa forma, não devem ser tratadas como se respondessem aos mesmos incentivos.

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