INFORMAÇÕES Sobre Segmentos Operacionais no Brasil: Práticas e Determinantes de Divulgação.

Nome: JÚLIA ALVES E SOUZA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/06/2013
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
ALFREDO SARLO NETO Orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
SILVIO HIROSHI NAKAO Examinador Externo
PATRÍCIA MARIA BORTOLON Examinador Interno
ALFREDO SARLO NETO Orientador

Resumo: Com o processo de diversificação dos negócios, globalização econômica e harmonização das normas contábeis internacionais, a divulgação de informações sobre segmentos operacionais assume crescente importância e tende a favorecer a análise econômico-financeira das entidades. Em 2009, foi emitido, no Brasil, o Pronunciamento CPC 22, que direciona as empresas sobre a forma pela qual devem ser definidos seus segmentos operacionais e sobre como dados referentes a estes devem ser divulgados nas demonstrações financeiras anuais. Face às lacunas existentes sobre a análise da informação financeira por segmentos, este estudo objetiva identificar que fatores influenciam o nível de divulgação de informações sobre segmentos operacionais de empresas brasileiras. Acessoriamente, objetiva apresentar quais as práticas de divulgação de informações sobre segmentos operacionais apresentadas por essas empresas. A pesquisa, de caráter exploratório e explicativo, desenvolve-se inicialmente a partir da análise das demonstrações contábeis das empresas, tendo como referência os requisitos constantes no CPC 22. Utiliza-se, ainda, do modelo estatístico de regressão linear múltipla para análise de dados. É abordada a divulgação referente aos anos de 2010 e 2011, sendo que 2010 foi o primeiro ano de obrigatoriedade desse tipo de divulgação pelas companhias abertas brasileiras. O estudo engloba 272 empresas distribuídas entre 20 setores econômicos, totalizando 544 demonstrações contábeis analisadas. Em relação às práticas de divulgação sobre segmentos, os resultados indicam que não houve uniformidade nas práticas de tais empresas, conforme esperado (dadas a discricionariedade permitida pelo CPC 22 e as diversas estruturas organizacionais existentes). Identificam-se diferenças nos tipos de informações divulgadas e nos níveis de detalhamentos das mesmas, tanto entre diferentes setores quanto entre empresas de um mesmo setor. Constata-se, também, que o nível de divulgação das empresas não explorou todos os pontos mencionados pelo Pronunciamento (parte delas sequer mencionou a existência de segmentos operacionais), e, desta forma, evidencia-se que não houve total cumprimento dos requisitos do CPC 22. Já em relação aos fatores que influenciam essa divulgação, são testadas hipóteses referentes a 8 características identificadas como potenciais fatores determinantes, conforme a Teoria da Divulgação, a Teoria de Agência e/ou os estudos anteriores que abordam a divulgação de informações por segmentos. Para as características rentabilidade, concentração do setor, lucro ou prejuízo e ano de divulgação, não são obtidos resultados estatisticamente significativos, o que indica que esses fatores não influenciam tais níveis de divulgação. Conclui-se também, em relação às empresas analisadas: (i) quanto maior a empresa, maior o nível de divulgação sobre segmentos; (ii) quanto maior o grau de endividamento da empresa, maior o nível de divulgação sobre segmentos; (iii) empresas auditadas por uma das Big Four apresentam maiores níveis de divulgação que as auditadas por outras empresas; e (iv) empresas listadas nos Níveis de Governança Corporativa da BM&FBOVESPA apresentam maiores níveis de divulgação que as empresas não pertencentes a eles. Assim, os resultados revelam que as características tamanho, endividamento, governança corporativa e auditoria são determinantes dos níveis de divulgação de informações sobre segmentos das empresas brasileiras.

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